E não é que hoje estava eu muito bem lá quando coiso? Pois.
Trocando por miúdos, estava o pessoal muito bem a trabalhar quando de repente nos vêm dizer que temos que abandonar o edifício porque havia um incêndio não se sabia muito bem onde. Alarmes? Nãããã, que isso gasta luz. Além disso já na 2ª feira tinha tocado porque se avariou. Enfim.
Lá começa o pessoal a evacuar. Nunca vi tanta gente junta a evacuar ao mesmo tempo. Aliás, eu próprio estava já a tratar do assunto antes da confusão começar. É caso para dizer que um gajo já nem pode cagar em paz.
Evacuações à parte, chegam os bombeiros e a polícia. Mais tarde o INEM, que não conseguiu chegar à porta do edifício porque alguém muito inteligente se lembrou de dizer à malta para irem tirar os carros do estacionamento. Ou seja, o edifício está a arder e não sabemos de onde vem o fogo? Podemos colocar o risco de explosão, desabamento de um tecto fortemente armado com, vá, placas de esferovite com recheio de esponja? Sim. É seguro tirarmos os carros do estacionamento? Quer dizer, no máximo apanhamos com um bocado de tecto nos cornos, mas ao menos salvam-se os carros.
E no fim de tudo, terminada que estava a expectativa de ver uma explosão ali bem à nossa frente ou a possibilidade de tirar mais uma foto para meter no facebook, o que é que aconteceu? Alguma alminha se lembrou de meter papel a arder num caixote de lixo e foi almoçar descansadinho. Quando chegou tinha lá o papel queimado. Até mais papel do que aquele que era suposto queimar. E também é provável que se tenha queimado a si próprio. A não ser que fosse o chefe da empresa.
Mas pronto, lá voltamos ao trabalho, fazendo piadas com os colegas de cor, do género "ah, tu ainda te queimaste" e coisas assim.
Pelo meio ainda nos apercebemos que as pessoas que tiveram formação sobre incêndios foram as primeiras a desaparecer, o que dá a entender que aprenderam bem quais os riscos associados à coisa. E que se lixem os que ficaram a anhar a olhar uns para os outros. E que se lixem também os que estavam a cagar.
Ah sim, e um estafeta do grupo entrou no parque de estacionamento, subiu de elevador até ao nosso piso e andou a entregar o correio sem sequer lhe passar pela cabeça que o facto de aquilo estar vazio era sinal de que algo de estranho se passava.
Muito bom.
