Também podia ser letra F de f#$"-se que não tenho pachorra para isto. Mas pronto, família é um bicho engraçado, e diferente de pessoa para pessoa.
Lembro-me de uma grande amiga minha que tem na família a base da sua estabilidade. E não falo só daqueles elementos que vivem debaixo do mesmo tecto que ela. Família na margem sul, Lisboa, Algarve, toda ela é importante para esta minha amiga.
E depois olho para a minha e não sei se ria ou se chore. E não, não me refiro ao pessoal que divide as 4 paredes comigo. Esses, dias bons ou maus, zangas e alegrias, fazem parte e sempre farão. Falo da família que vive em França, EUA, ou mesmo em Lisboa. Falo de invejas quando nos acontece algo de bom. Falo de profissionais da "vitimização", a quem tudo acontece porque não foram bafejados pela sorte ou não conhecem pessoas influentes na vida (como se eu conhecesse, ou como se não tivesse sempre batalhado para ter o que quero, e não estivesse habituado a serem mais as vezes em que não o tenho, mas bola para a frente!). Falo de pessoas que, quando algo lhes acontece de bom, guardam a sete chaves com medo de que alguém possa ser tão invejoso como elas próprias são, e que por isso lhes faça a vida correr mal. Falo daqueles que aparecem, cheios de si próprios, não habituados a que se lhes faça frente, e quando ouvem um "não" ou um "e se fosse antes assim" nos riscam da lista de pessoas a visitar ou a convidar, mas que estão sempre prontos a enviar através do Facebook, fotos da família para desejar boas festas. Sim, porque não temos apenas os "amigos Facebook", temos também a "família Facebook" - aqueles que só nos adicionam porque fica bem, porque querem ter muita gente nos contactos, e sei lá mais porquê.
Em derradeira análise, e utilizando frases pré-fabricadas, "os amigos são escolhidos, a família é imposta". Agora, depende de cada um perceber onde está metido, e sentir-se bem ou querer virar as costas a essa gentinha. As pessoas que me fazem sentir bem, felizmente conto-as pelos dedos das 2 mãos. Aquelas a quem viro as costas, poderia dizer que já não chegavam dedos dos pés e mãos. Mas se não contam, nem sequer estico um dedo para as contar.
