Enciclopédia Piroja - Walkman

O que eu demorei a lembrar-me do nome do gajo.

Só me lembrava de leitor de cassetes e outras coisas do género que não em soavam nada bem.

Mas lá está: walkman.

Aquilo é que era.

E também só me lembrei disto neste momento graças às maravilhas da internet e do facebook, porque alguém se lembrou de meter um foto da coisa no seu perfil.

Recordar um walkman é recordar uma infância em que se era feliz apenas por se gravar um grande êxito da altura, mesmo que isso significasse ouvir o brasuca da Radio Cidade a falar, o ruído natural por não se apanhar bem a estação de rádio, ou o início à bruta na Mega FM.

É recordar as cassetes gravadas com músicas da Cidade, outra cassete com músicas da Orbital, e outra cassete com um "best of" feito directamente de um "deck" para outro.

Recordar as vezes em que a fita da cassete acabava a meio de uma música, e as vezes em que por causa disso parti cassetes ao meio por uma simples questão de justiça popular.

E tão bom que era ouvir imensas vezes a mesma cassete, o que levava o walkman a passar-se dos carretos e a comer a fita por completo.

E lá íamos nós com uma caneta Bic a tentar meter a fita outra vez no sítio, já a pensar em pedir aos pais uma moeda de 100$00 para se ir comprar mais uma cassete de 60 minutos (as de 90 minutos custavam 150$00).

E a vida continuava, connosco em frente ao rádio a ouvir os programas de cada estação em que só tocavam as músicas dos seus top's; era acabar uma música e estar logo ali com os dedos prontos a premir o botão "rec" e "play" ao mesmo tempo, e mal começava uma música nova até parecia que partíamos o rádio para carregar nesses botões, e depois parecia que partíamos o rádio ao percebermos que afinal a nova música era na realidade, uma verdadeira trampa.

Recordar o walkman é recordar as noites em que nos deitávamos sem sono nenhum, e vai de ouvir música na caminha.

O problema era querermos ouvir uma determinada música que estava no final do lado A da cassete, e como estávamos mesmo no início lá vinha o botãozito "FF", que era tão rápido que mal chegávamos à música que queríamos ouvir, já estávamos a dormir.

Um dos meus walkman's era igual ao da foto.

Enfim, velhos tempos.

Bem engraçados.

Ainda assim, viva o mp3...