E cá estou eu na terrinha!
Entre a fome que me deu no comboio (acabaram com os serviços de bar) e mais de metade da viagem a dormir, ainda houve tempo de ouvir uma conversa engraçada entre uma tuga e uma bifa, que iam nos lugares à minha frente:
Tuga: "vi no seu bilhete que vai para Idanha-a-Nova"
Bifa: "hein?"
Tuga: "Go to Idanha? Eu tenho a car lá, posso dar-lhe boleia, where are you going?"
Bifa: "..."
Tuga: "Idanha? I have a car, want boleia?"
Bifa: "... oh, you are very kind but I have a friend in Idanha, he is waiting for me"
Tuga: "You have amigos there?"
Bifa: "..."
Eu, a pensar: "se não vou já à maquina das bebidas no inicio da carruagem, cago-me aqui todo a rir"
Já me deu menos vontade de rir quando, hoje, a minha tia se vira para nós e diz: "hoje vou guisar um coelho que nos deram no outro dia". Talvez por ter reparado no meu olhar de angústia perante tal afirmação, a minha mãe diz à minha tia que eu e os meus sobrinhos não gostamos de coelho, e perguntou se não se arranjava outra coisa para nós. E vai daí: "ah está bem, arranjo ali uma galinha para eles". Problema resolvido, não fosse eu ter pelas galinhas o mesmo tipo de apetite devorador que tenho pelos coelhos. E lá almocei batatas fritas, dois papo-secos com salada de tomate e duas fatias de melão. E vá, fingi que comia um pedaço de galinha, do tamanho do meu dedo mindinho.
E o calor? Porra. 17 horas neste momento, e 40º à sombra. Melhor que sauna.
Já agora, a imagem é da entrada na aldeia onde estou, Telhado, concelho do Fundão. As bicicletas são de uns tipos que por cá passaram numa volta a Portugal qualquer. O parque infantil que se vê e onde eu passo as noites a comer super-maxis.
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