A semana passada ia levando com um carro em cima de mim. Vi a minha vida a passar à frente dos meus olhos a uma velocidade fora do normal.Vai um gajo muito bem a chegar a uma passadeira, olha para a condutora de um Peugeot 206 para ter a certeza que ela me vê. Ela olha para mim e trava, parando já em cima da passadeira. Começo a andar, mas como todo o cuidado é pouco, olho para o condutor da carrinha, também Peugeot, que vem imediatamente a seguir ao carro que parou. E o condutor lá vinha a olhar para o lado. Penso: "Já fui!". Começo a correr na direcção em que os carros iam a circular. Porque se tentasse chegar ao passeio, o Peugeot podia vir para cima de mim. Então como até corro bem, lá vou eu a fugir do acidente certo. A carrinha bate no Peugeot e este vem a queimar borracha durante um bocado de estrada, ultrapassando a passadeira toda. E eu a correr. Quando me apercebi que o Peugeot estava mesmo em cima de mim, ponho a mão em cima dele, na esperança que parasse. Coincidência ou força paranormal (qual super-homem... ya!) o carro parou mesmo. Nesse momento pensei: "O que é que aconteceu?" Lá me safei! Agora que vejo bem, fartei-me de pensar durante estes 3, 4 segundos entre a colisão e a minha mão em cima do Peugeot. Um gajo realmente pensa muito! Nem sempre pensa em coisas que valham a pena, mas pensa! E é nestas alturas que penso que devia aproveitar melhor a vida porque de um momento para o outro, seja por estupidez ou por razões que nos ultrapassam completamente, ficamos com os pés para a frente. Nisto é que um gajo devia pensar bastante, e não nas merdinhas do dia-a-dia. Já diz uma grande amiga minha, talvez a melhor que qualquer pessoa pode ter: "A pior pobreza é a de espírito".
1 comentário:
Já diziam os Romanos (ou talvez os Gregos, que eram mais certinhos e viram a sua cultura copiada para Roma): "Aetas: carpem diem quam minima credula postero". (Voa: aproveita o dia, confia pouco no amanhã!)Isto é latim! e quer dizer aquilo que o Piroja descobriu: viver cada dia como se fosse o último, porque um dia acertámos mesmo e, voilá, sem esperarmos e sem aviso prévio lá vamos desta para melhor. Isto não quer dizer que se devam fazer loucuras, mas sim tentar viver bem, deixar poucas coisas para fazer amanhã, ou na próxima semana, próximo mÊs, próximo ano. Gozar cada dia, porque não sabemos se o amanhã nos vai dar as oportunidades de hoje. Tentar viver bem com todos e não nos zangarmos demasiado, porque amanhã podemos não ir a tempo de pedir desculpa ou sermos desculpados. Ter consciência de que a vida pode ser forte e frágil, ao mesmo tempo. Um corpo pode sofrer muito e sobreviver ou cair ao mínimo toque. Sim, tipo lotaria, não sabemos como vamos reagir aos acontecimentos. Por isso, é melhor nem pensar muito e viver sem medo, mas intensamente.
Bom, acho que já caí na filosofia... Vou-me retirar...
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