terça-feira, 24 de maio de 2011

Domingos

Falcão e Hulk podem ser muito bons, mas não o admiro. Não os admiro porque têm impregnado neles o nojento espírito que o mais humilde dos jogadores ganha ao entrar no Dragão: um espírito violento, de puro terrorismo a quem tudo é permitido, sem respeito por ninguém embora também ninguém faça nada contra isso, por medo de uma quantidade enorme de hooligans que se dizem adeptos de futebol.
Mas Domingos era diferente.
Era um ponta-de-lança e tanto. Teve azar por ter nascido uns anos antes da geração de ouro, e muita falta nos fez no Euro 2004 ao lado do Pauleta.
Portista de gema, tripeiro mesmo e anti-benfiquista assumido (disse que nunca treinaria o Benfica por respeito ao seu clube do coração), nunca perdeu a sua humildade e era entusiasmante vê-lo a festejar os seus golos, sem mandar calar ninguém nem provocar terceiros. Preocupava-se só em jogar à bola. E sempre o admirei.
E como treinador, continua igual ao que era como jogador.
Ambicioso, lutador, um exemplo. Com a Paciência no nome.
Ia tramando o Benfica o ano passado, e este ano tramou (ou não...) o Benfica na Liga Europa.
E fica na história do futebol português tanto como jogador como o treinador que levou o Braga ao 2º lugar do campeonato, à Champions pela 1ª vez e à 1ª final de uma competição europeia (até ao momento, porque muito mais terá no seu currículo).
Parte de mim espera que ele tenha sucesso no Sporting, porque o merece. Mais do que os sportinguistas que viram a crise instalar-se no seu clube e nada fizeram para o impedir.
Boa sorte Domingos!
Se não ganhar o Benfica, que venças tu, onde quer que estejas!

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