domingo, 19 de outubro de 2014

O caminho mais longo

Sair do Clube VII, no Parque Eduardo VII, onde tinha acabado de me estrear no padel ou paddle ou o raio.
Tento perceber como vou parar à 2ª Circular, e depois para o IC19, para um almoço de aniversário no Cacém.
Vou ter à Praça de Espanha, onde faltam umas placas que me orientem para a 2ª Circular. Viro para a Avenida Lusíada, até ao Estádio da Luz e Hospital da Luz Chinesa, onde não vejo a porra de uma placa a orientar-me para o IC19.
Não sei como, e estou na Amadora. Não sei como, saio da Amadora e estou outra vez na Praça de Espanha, o que me faz perceber como tudo fica tão incrivelmente perto. Tipo 5 minutos daqui até ali.
Também é incrível ver como o ponteiro da gasolina desce tão irritantemente depressa nestas brincadeiras.
Volto à Avenida Lusíada e dou a volta ao Estádio da Luz onde, dizem, há uma placa com indicações para a IC19. E havia. Mas de repente surge uma bifurcação em que uma placa indica Campo Grande e a outra não indica nada, porque lhe falta mais de metade do corpo. Vou para essa e estou no MediaMarket. E de repente, estou no Colombo.
Ligo para amigos a perguntar como saio dali e dizem-me para me meter na 2ª Circular. Mando-os para o c"#$%#o porque meter-me na 2ª Circular é algo que tento fazer desde que entrei no carro.
Por milagre, encontro uma placa a dizer IC19, mas meio refundida entre árvores. E estou na 2ª Circular.
Daí até à IC19 é um pulo, e saio no Cacém Poente, onde me dizem para na rotunda, sair na 1ª à direita e novamente na 1ª à direita. E vou ter a uma rua sem saída.
Ligo para amigos a perguntar para onde raio tenho que ir, e respondem-me "ah...". Entretanto sigo em frente e digo que encontrei uma placa a dizer Centro de Saúde, e pergunto se é melhor virar para aí e esperar por alguém. Respondem-me "ah...". Mando um berro à aniversariante e peço-lhe para passar o telefone a alguém que conheça as ruas na localidade em que vive.
Passa-me ao seu pai. Que me dá indicações à velocidade da luz. Luz de uma velinha com pouca mecha, claro.
"Olhe, vire à esquerda e depois à direita e vá até ao centro comercial e aí vire à esquerda".
É o que faço e vou ter a uma rua sem saída.
"Ah, mas devia ter virado à esquerda antes do centro comercial".
Pergunto às minhas entranhas se devo mandar o pai da aniversariante para o c"#"$"o, mas já que ando perdido no Cacém, mais vale tentar que me tire dali primeiro.
Lá volto para trás, a 20km/h, para poder corresponder à velocidade com que as indicações me eram dadas, enquanto uma fila da mais fina flor de "cacenzenses" se forma atrás do meu carro.
Lá chego à rua do restaurante. Rua e restaurante que ninguém sabia o nome. (?????)
"Vá até ao fim da rua e encontra uma farmácia, estamos aí ao lado".
Vou até ao fim da rua e encontro um abismo para o meio de um mato. Tento recordar-me se me disseram que o almoço era piquenique no mato, e como tenho a certeza que era num restaurante volto para trás.
Encontro a tal farmácia a meio da rua. Não era no final nem no início, mas sim a meio.
Estaciono o carro. Entro no restaurante com hora e meia de atraso. Tudo à minha espera para começar a comer.
Dou um beijinho à aniversariante, um abraço ao namorado e cumprimento o pai que me "ajudou".
Sento-me e deito um "fo#$-se" cá para fora.
São 14h30m, o almoço estava marcado para as 13h.
Um prato de batatas fritas e uma "francesinha" com pão caseiro, tudo acompanhado de sangria, faz-me esquecer que estou na Amadora. Não, espera! Na Praça de Espanha. Quero dizer, Cacém.

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